%20c%C3%B3pia.jpg)
O céu se cobre em negras nuvens, forte ventania começa a enfunar e desbaratar as velas, o mar se encrespa, a nau em apuros, sem condições de seguir seu rumo, envereda então na baía que lhe está mais próxima, procurando ali um ancoradouro seguro até passar a borrasca. Passada a tempestade, saem os grandes da terra a ver os estragos causados por tão grande tormenta. Dirigem-se ao cais, pois já haviam pressentido os problemas que a nau e sua tripulação passaram. Demonstraram sua solidariedade e souberam pelo comandante da nave para onde iam e o que levavam: era uma belíssima imagem da Virgem da Conceição.
Mostraram-se os nossos conterrâneos desejosos de ver tão bela obra, mas lhes foi negado, por estar lacrada a caixa em que vinha a imagem. Amainado a tempo, consertado, o barco, sai ao seu destino, para cumprir sua tarefa. Mas novamente se forma a borrasca e a nau, passando por novos estragos, retorna a nosso cais. Mais uma vez se aproxima o pessoal da terra, e os edis se propõem a ficar com a imagem, porém o comandante se nega por a mesma estar destinada à Vila de Itanhaém. Feitos os reparos precisos, o barco se faz ao largo. Fora das águas da baía, novo temporal se forma. De límpido, o céu se torna um negrume; das águas mansas, vagalhões imensuráveis varriam o tombadilho, a ponto de carregar o mais calejado marinheiro, uma tormenta em todo o seu furor.

0 comentários:
Postar um comentário