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4 de junho de 2009

Discurso da vereadora lia na sessão da câmara no dia 19 de maio sobre saúde mental

“Quando propomos o fim do manicômio não é apenas o fim de um prédio e de muros.
É o fim desse olhar, dessa relação que não permite a diferença. Ninguém escolhe ficar louco.”
(Alessandro de O. Campos – psicólogo)

Com estas palavras dou início à homenagem de hoje aos profissionais que atuam no CAP (Centro de Atendimento Psicossocial de Angra dos Reis e a AFAUC.
Ontem, dia 18 de maio foi o Dia Nacional de Luta Antimanicomial.
No Brasil o Movimento da Luta Antimanicomial nasceu em maio de 1987 durante a 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental e o II Congresso dos Trabalhadores de Saúde Mental em Bauru – SP.
Durante o encontro, os participantes discutiam ações políticas e as possibilidades de intervenção social para os problemas da Saúde Mental, especificamente, dos absurdos que aconteciam nos manicômios.
A partir daí, com o lema: “Por uma sociedade sem manicômios” o movimento definiu o dia 18 de maio, dia da conferência, como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
As primeiras vitórias vieram em 1989 quando uma mulher (Telma de Souza - Prefeita de Santos) fechou o hospital de Anchieta. Em seguida, a Prefeita de São Paulo Luiza Erundina (ainda no PT), criou o Centro de Convivência para atendimentos dos portadores de distúrbios mentais, determinando o seu atendimento em Hospitais Públicos.
Em 2000 o Movimento ganhou mais força com o sucesso do filme “Bicho de Sete Cabeças”, inspirado no livro “Canto dos Malditos” do curitibano, AUSTREGÉSILO CARRANO, que trouxe a tona o problema manicomial ao narrar a trajetória do autor pelo sistema psiquiátrico no País.
Eu aconselho a todos, a lerem este livro para entender do que estamos falando.,e a ajudar a compreender aqueles que vivem o problema dos transtornos mentais.
Em 2001, o Congresso Nacional aprova a Lei 10.216/01 – Lei Antimanicomial de PAULO DELGADO, o que culminou com o fechamento de 60 mil leitos de hospitais psiquiátricos nos últimos 15 anos.
Em seu lugar surgiram os CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial).
Os CAPS são geralmente casas que reúne uma equipe de profissionais de saúde mental.
As pessoas da Comunidade passam o dia, ou parte do dia, nesse espaço onde ocorre o acompanhamento clínico e terapêutico aos usuários, inclusive com oficinas culturais.
Em Angra, o primeiro a surgir foi o CAIS (São Bento) em 1993, na gestão do ex-prefeito e hoje deputado federal Luiz Sérgio, com o Programa “De Volta pra Casa” daí então o programa continua firme e forte e crescendo cada vez mais.
Receba desta Casa não apenas a singela Moção de Aplausos, mas, sobretudo o apoio que se fizer necessário para que este Programa possa crescer não em número de pessoas atendidas, mas, sobretudo em infra-estrutura de pessoal, para que possamos atender aos nossos usuários e aos familiares com dignidade e evitando cada vez mais que tenhamos que levar estes pacientes para fora do Município.
Meu empenho pessoal é antigo e independe da política, pois que faço a defesa deste Programa como cidadã, como pessoa, que por diversas vezes precisei socorrer ao CAIS para atender a minha saudosa Tia.
Entendo aqueles que passam por este sofrimento e entendo o lado das famílias que convivem com pacientes portadores dos transtornos mentais. Por isso faço esta pequena homenagem também a AFAUC.
Sem a presença física dos familiares o programa vai andar, porém com muito mais dificuldades.
Para evitar que os usuários dos CAP’S tenham que sair do município é importante o atendimento contínuo, sendo a família fundamental neste tratamento.
Finalizo dizendo o seguinte:

“Uma das terapias mais importante para combater a loucura é a liberdade”
Quando eu falo de liberdade, falo da liberdade para a pessoa trabalhar, ganhar e viver, e isto já é uma luta contra a loucura.

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