A Juventude do Partido dos Trabalhadores está à frente dos grandes movimentos sociais e populares da juventude brasileira. É uma juventude que milita nas áreas rurais do país, nos sindicatos, grêmios estudantis e nas universidades, nos movimentos por cultura livre, pela livre orientação sexual. É uma juventude militante do feminismo e do antirracismo, anticapitalista e anti-imperialista. Ela é tudo isso porque é a juventude petista, ou seja, de um partido militante. A 2ª Conferência Nacional de Juventude será uma oportunidade histórica de reunir a militância petista e sua própria plataforma de lutas numa mesma agenda.
O ano de 2011 tem sido especial para as lutas juvenis. Em todo o mundo, a juventude se concentra no enfrentamento ao capitalismo e às respostas neoliberais à crise econômica e civilizatória. No Brasil, é também com muita mobilização e política que impulsionamos diversas agendas que dialogam com a construção de um novo mundo, concatenada à dimensão de mais oportunidades e direitos à juventude.
Na 2ª Conferência de Políticas Públicas para a Juventude, que ocorre nesta semana em Brasília, precisamos aprimorar o debate dos direitos para a juventude. Para além de articular eixos centrais e de caráter mais universalizante, como o acesso à educação pública e de qualidade, a promoção de trabalho decente, a reforma política, a democratização da comunicação, a segurança pública e o fortalecimento do SUS, é imprescindível pensar mais agendas que garantam ao jovem viver plenamente sua juventude.
O direito à participação, ao território, à terra, à mobilidade e acesso aos bens culturais/lazer (tendo o passe livre como expressão importante desta pauta), à diversidade, ao desenvolvimento integral, à experimentação e à vida saudável, são políticas fundamentais que devem ser efetivadas. Além disso, o estado deve assegurar à juventude o direito a uma vida segura, que tem a ver com novas abordagens na política de drogas e segurança, dando respostas a uma das principais bandeiras dos movimentos juvenis, a do fim do extermínio da juventude negra. Por fim, queremos um modelo de desenvolvimento que se contraponha às diversas formas de opressão de mulheres e homens, como o racismo, o machismo e a homofobia. Portanto, permanece o desafio de construir caminhos para um mundo com igualdade.
Uma pauta importante deve dar o tom da Conferência, a agenda pelos Marcos Legais da Juventude. Precisamos continuar mobilizados em torno da aprovação do Estatuto da Juventude, com as emendas pensadas no espaço da Conferência e incluídas no Senado, e do Plano Nacional de Juventude. Além disso, é necessário aprofundar o debate sobre o controle social, enraizando a política dos conselhos e as experiências de gestão das PPJ’s. Por último, regulamentar o Sistema Nacional de Juventude, instituindo um fundo público articulado a um pacto federativo, com atribuição aos municípios, estados e União.
Esse novo momento político que se configura pós-Congresso da JPT, e que dialoga com o contexto de realização da 2ª Conferência, deve apontar o fortalecimento da relação da juventude petista com os movimentos sociais. Isso significa dizer que precisamos estabelecer laços de mais solidariedade e intervenção cotidiana nos movimentos sindical, estudantil, nas pastorais sociais, nos movimentos de cultura, das mulheres, LGBTs e da juventude negra.
Precisamos extrair desta Conferência uma plataforma comum dos movimentos e das juventudes partidárias de esquerda, que nos organize para as lutas do próximo período. Sobretudo, a principal ação da JPT nesta Conferência é garantir mais direitos para a juventude brasileira, disputando seus valores a partir da construção de uma cultura coletiva, em contraponto ao consumismo, ao individualismo e à mercantilização da vida.
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