A presidente do Conselho, Mirian Mouzinho, disse que o objetivo do seminário foi sensibilizar a sociedade sobre a questão da violência contra o idoso. “Trazendo mais profissionais para o evento, conseguimos ampliar o debate em Angra dos Reis”.
Catarina Noble afirmou que quando foi trabalhar na Delegacia percebeu que a sociedade, de modo geral, ainda não valoriza o idoso. “Isso para mim foi uma surpresa”, disse. Ela informou que uma das primeiras formas de violência que a pessoa idosa sofre é o isolamento no ambiente familiar. “É uma das causas da depressão”, explicou Catarina.
A Vereadora Lia, que é Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso, representou a Câmara e a Polícia Militar se fez presente pelo capitão Anderson Silva. A Fusar foi representada por Paulo César e a Secretaria de Ação Social, por Mércia dos Anjos.
“Este encontro foi muito importante porque pudemos realizar um diagnóstico dos serviços prestados aos idosos em nosso município e também identificar o que pode e deve ser feito para minimizar, senão zerar os índices da Violência Contra o Idoso. Temos também, enquanto sociedade de ter em mente que um dia também seremos idosos e com certeza ninguém gostaria de ser vítima de desrespeito ou violência.” Concluiu a Vereadora Lia.
Confira a íntegra do discurso da Vereadora Lia:
ENVELHECER COM DIGNIDADE, UM DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL
A longevidade humana apresenta-se atualmente como uma grande conquista histórica e social.
Viver a longevidade revela o aumento da vida humana em sua duração – cada vez mais temos velhos mais velhos – e também aponta para o crescimento de um número maior de pessoas idosas.
Esses dados são indicadores seguros que evidenciam os idosos como compondo um dos grupos que mais cresce na sociedade brasileira.
Diante do crescimento populacional do segmento idoso e do aumento do número de anos de vida, impõe-se hoje pensar e analisar a velhice, não como o fim da vida mas, como uma nova etapa a ser vivida.
Vivemos em um mundo onde impera a violência, produto de uma crise geral, política, social e econômica que afeta todos os setores da vida social.
Neste contexto está incluído um grande número de seres humanos pertencentes às camadas mais vulneráveis da população: crianças, jovens, pessoas portadoras de deficiência, mulheres e pessoas idosas. Estes grupos são os que mais sofrem a violência social em suas múltiplas facetas.
No princípio, a atenção foi focada na violência à criança, depois na violência doméstica e recentemente tem despertado interesse o maltrato e negligência de que são vitimas as pessoas idosas.
Quando se fala em violência contra as pessoas idosas, pensa-se imediatamente na violência física, mas esta não é a única, pois há inúmeras formas de violência, veladas e mascaradas.
A violência também pode manifestar-se como psicológica, econômica, moral, sexual, pode ser familiar, social, institucional, estrutural e pode resultar de atos de omissão e negligência.
Muitas vezes não a reconhecemos, pois os idosos têm importância menor num mundo que valoriza o vigor e a beleza da juventude. Sem perceber, tornamos os idosos cidadãos de segunda classe. Mesmo com leis avançadas, seu descumprimento desqualifica sua importância como cidadãos: "Apesar da existência do Estatuto do Idoso, os idosos continuam a ter seus direitos desrespeitados, sendo tratados, por vezes, como crianças ou pessoas incapazes".
Pessoas idosas não querem mais do que as outras.
Querem um tratamento digno, independentemente de sexo, raça, origem étnica, deficiência, situação econômica. É necessário mudar atitudes, práticas e políticas, para concretizar as potencialidades do envelhecimento, favorecendo-o como digno e seguro e criando oportunidades de desenvolvimento pessoal.
É fundamental garantir a participação dos idosos na vida econômica, política e social, participação como cidadãos em plenos direitos e desenvolver plenamente seu potencial, mediante acesso a recursos culturais, espirituais, educativos e recreativos.
Para eliminar a violência e a discriminação, é preciso valorizar a família, garantir a igualdade entre gêneros e criar mecanismos de proteção social.
Deve-se reconhecer as contribuições dos idosos frágeis, doentes e vulneráveis e garantir seus direitos de atenção e segurança, para se construir "uma sociedade para todas as idades", onde mesmo os mais dependentes possam dar alguma contribuição, no mínimo dos exemplos de vida.
O que importa é dignidade!
Uma velhice digna e respeitosa, que valha a pena ser vivida!
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