Polêmica discussão sobre desocupação de área da Comisflu

Um dos pontos mais polêmicos da sessão ordinária da Câmara de Angra dos Reis desta terça-feira, foi a ideia da Prefeitura para a desocupação da área atualmente ocupada pela Cooperativa Mista do Sul Fluminense (Comisflu) às margens da rodovia Rio-Santos, no trecho da estrada na Japuíba. Pelo planejamento, no local seriam erguidos o novo 33º Batalhão da Polícia Militar e o fórum municipal, em substituição ao existente no largo do Mercado Municipal, no Centro. A Mensagem foi apresentada pelo líder da bancada governista, vereador Aguilar Ribeiro (PC do B), requisitando a anulação do decreto de 1989, que repassou o terreno aos trabalhadores rurais. Ele pediu regime de urgência na matéria e provocou discussão.

A vereadora Lia (PT) propôs a votação de um Pedido de Vista sobre a Mensagem, afirmando que, apesar dos 12 vereadores serem a favor das construções, o Executivo Municipal ainda não apresentou a contrapartida de área para realocar os agricultores. Lia citou que perguntas estão sem resposta, como: onde será o terreno? Quem vai construir? Disse também que os agricultores levaram cinco anos para aterrar a antiga área e construir a sede da Comisflu. Pontuou ainda que há famílias trabalhando no local, onde são produzidas 30 mil mudas de palmitos para serem doadas à pequenos agricultores, em uma parceria entre a Subsecretaria de Agricultura e a Emater. O pedido foi acompanhado pelos vereadores petistas Antônio Cordeiro, Ilson Peixoto, além de Manoel Parente (PHS), que é apoiador de Tuca Jordão, mas disse que a questão precisava ser melhor debatida.

Legisladores da Base Governista argumentaram que o Governo irá apresentar uma nova área e que irá cobrá-lo em caso de demora. Na prática, a decisão daria um voto de confiança ao Executivo. Entre um e outro discurso, várias vezes o público interrompeu as falações aos berros. Na tribuna, Aguilar disse que o setor não está organizado e precisa de uma política séria tão quanto de um novo espaço. Já o vereador José Antônio (PC do B), no calor do debate e justificando sua posição, chegou a dizer que alguns se empuleram agora no tema, mas que sua atuação é antiga no setor. Ele anunciou também que está agendada para essa quarta-feira, às 11h, uma reunião no Salão Nobre da Prefeitura, com o Secretário de Governo e Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares. O encontro servirá para fechar detalhes sobre a medida.

O pedido de urgência foi aprovado por oito votos a quatro. Mas, o governo ainda levou uma espécie de "cutucão". O vereador Jorge Eduardo, que é do mesmo PMDB de Tuca, disse que o governo deveria ter conversado antes sobre a Mensagem e que agora os vereadores da Base teriam que ficar com a decisão difícil.

Fonte: Site Notícia Pescada - Publicada em 01/09/2009